15 de dez. de 2012

Mudanças, ciclos, 2012...

Pois é, mudou tudo. De novo, Ariadne? De novo.
Recomeço, essa é a palavra da vez.
Não tenho mais namorado, mudei de casa, fui para o segundo ano (é, eu estou no segundo ano da faculdade, fogos de artifício por favor), adotarei um gato (é isso mundo, nasci pra ser a velha do gato, me julgue), quero pegar matérias na astronomia e na filosofia...

Lembro que quando começaram com aquelas história de 'fim do mundo' (e olha, sinal de que está chegando é eu resolver escrever por aqui) um ex namorado meu (não o de agora, um ex ex - ariadne compromissólatra, podem julgar u.u) me disse que não acreditava em fim do mundo, mas sim em uma renovação de ciclos. Se for assim, meu mundo acabou e o tal do ciclo está se renovando. Porque não?

Muita coisa mudou em mim também. Já contei a história das batatas?
Em agosto senti um cheiro estranho na casa que não sabia de onde vinha, mas as moscas estavam se proliferando e eu não entendia necas do que estava acontecendo... Quando eu descobri... Bom, já viram batatas podres? Não queiram ver. É nojento. Enfim, peguei o saco de lixo que eu ia jogar fora (erro 1), carreguei até as batatas (erro 2: tirar o saco do lixinho e levar ele) e despejei a tigela das batatas lá dentro (erro 3: não colocar a mão nas batatas). Obviamente (tá, não tão óbvio assim, mas levemos em conta a minha inerente falta de sorte) o saco explodiu e a minha sala ficou cheia de lixo e batatas podres e larvas que estavam vivendo dentro dessas batatas.
Pessoas normais pegariam a vassoura, o pano, a máscara de oxigênio e as luvas para limpar a porcaria toda. Já a Ariadne sentou no chão e chorou por quase uma hora pensando sobre como não tinha nascido para nada daquilo.

Esse é um defeito que eu carrego há alguns anos, esse jeito meio 'Maria do Bairro' de levar a vida. Quando meu namoro acabou eu me joguei no Maria do Bairro way of life (e quem nunca?). Mas aí eu cansei.
Cansei não só de sofrer, mas de achar que eu tinha que ou que eu merecia sofrer. Cansa, né?

Não acho que eu amadureci ou que tirei alguma lição importante disso tudo, não houve um aprendizado na hora de tomar a decisão de 'mudar' a forma que eu estava agindo, eu só fui tomada por um cansaço, sabe? No fundo eu sei que ainda vou cometer os mesmos erros, entrar nas mesmas roubadas, brincar mais um pouco com fogo que eu não sei se vou poder controlar depois... Mas se fosse muito mais sensato do que isso não seria eu, né?
O que eu tirei de bom desse fim de ano foi o seguinte: Tem MUITO amor ao meu redor, MUITO mais amor do que eu imaginava que teria, tem amor que eu nem sabia que tinha e que estava lá. Não vou agradecer aqui cada um dos que me ajudaram, que estiveram ao meu lado, que tomaram conta de mim... Só faço uma menção honrosa á minha querida Thamara (pra mim sempre vai ser Nina) que no dia mais difícil se deslocou até a minha casa para dormir comigo e ainda me levou uma caixa de bis :) não posso mensurar o tamanho da minha gratidão.

Mas agora vamos falar de coisa boa, vamos falar de tekpix. Não, pera, você conhece a nova iorguteira top therm? Ah, calma. Casa nova, é isso, casa nova.
Em um dia você vê a casa, ela é cara e você sai de lá pensando que a vida é triste e você nunca vai morar no apartamento dos seus sonhos (porque sim, era o apartamento dos meus sonhos). Você passa uma semana na praia, vê pinguins, dá risada com os pais mais lindos do mundo, assiste muita tv e fica muito no computador (porque obviamente só choveu na minha semana de praia - azar)...
Aí voltando para São Paulo, o proprietário do apartamento dos sonhos te liga e diz que quer negociar. Na sexta vocês vão até a casa do proprietário, ele além de ser o dono do apartamento dos sonhos ainda faz trabalho com uma ong que cuida de gatinhos de rua (fala se não tem horas que o universo é EXTREMAMENTE providencial). Ele diz que teve uma intuição com a sua família e entrega a chave do apartamento.
Detalhe: SEM contrato, SEM fiador, SEM cheque... Enfim...
Você promete para proprietária do apartamento anterior que o entregará em dois dias. Aí o que você faz? Corre negada!
Começamos a levar as coisas até o apartamento novo na sexta 20:00, sábado por volta de 16:00 a mudança já estava feita, o apartamento novo organizado e o apartamento anterior quase limpo.
Tudo arrumado, domingo pegamos nossas coisas e antes de anoitecer já estávamos voltando para Marília.
Interessados em nossos serviços favor me contatar por aqui.

É isso. Agora eu estou que nem louca querendo fazer 1001 coisas lindas de decoração para o meu apartamento novo, pensando no meu gato novo, olhando 2000 cursos que eu quero me matricular, louca para conseguir todas as optativas do mundo, querendo assistir O Hobbit, querendo festas, presentes de natal, viagem no carnaval, tempo com os amigos, passeio, roupa nova... E mais do que em todos os outros anos, eu quero que o próximo chegue logo. Apesar da vantagem que eu ainda enxergo com o fim do mundo (referência que só os fortes entenderão), eu acho que eu não preciso daquilo. Eu preciso do que estou esperando. Da minha casa (mais do que nunca), dos meus amigos por perto e do meu recomeço.

Acho que é disso que se trata o fim do mundo que todo mundo vem anunciando (pelo menos pra mim). Encerra-se um ciclo, inicia-se um novo. E preciso dizer que dessa vez, eu realmente acredito que eu vá dar conta.


(é, o prelúdio do meu recomeço foi um retorno à infância)

31 de mai. de 2012

Venha que o que vem é perfeição...

Porque Legião Urbana para mim não é só uma banda, Legião é infância, Legião é família, Legião é meu pai cantando pra mim.
As crianças dançavam Ilariê, eu pedia pro meu pai colocar Eduardo e Mônica. Tinha gente que ouvia 'nana neném' na hora de dormir, eu escutava Faroeste Caboclo. 
Legião Urbana também é adolescência, quando eu cresci e finalmente entendi a mensagem que Renato queria passar, não só para geração oitentista, mas para todas as que a sucedessem. 
Foi com eles que desenvolvi senso crítico, que me apaixonei pela primeira vez, que me declarei e que levei foras, foi Renato, Dado e Bonfá que me revoltei com o governo, com a escola e com o sistema, foi ao som de Legião Urbana que dancei, que tomei um porre com os amigos e que gritei até perder a voz, foi com suas músicas que disse 'eu te amo', que me senti impotente, que me senti poderosa, única, indissolúvel, Renato Russo estava comigo quando senti coisas que até ouvir Pais e Filhos, Longe do Meu Lado, Quase Sem Querer, Tempo Perdido, Índios, Giz, Acrilic on Canvas, eu não saberia nomear.
Legião Urbana é indissociável da minha história, cresci ouvindo todas as músicas (até o tal do lado b, sabe?) e é impossível não ligar minha vida ao legado que Renato Russo deixou.
Legião Urbana não é só 'tão importante' para mim, Legião Urbana é parte do que sou.

(porque foi com essa frase um tanto quanto piegas que eu consegui os dois ingressos que me permitiram viver isso)

Acabo de voltar do Tributo à Legião Urbana.
Não sabia se deveria escrever sobre isso hoje, amanhã ou depois, mas não, tinha que ser agora, tinha que ser quando está tudo fresco na minha cabeça e quando ainda me parece que o mundo real é muito chato perto do que eu vivi lá.
Correndo o risco de ser sentimentalóide, lá vai:


Ah não, nem todas as fotos que eu postar aqui (e eu selecionei muitas) vão dar conta de explicar a magnitude do que eu vivi essa noite. Foi espetacular, foi mágico, foi acima de todas as minhas expectativas.

Eu não enxergava o palco direito (oi 1,54), mas de repente eu comecei a ouvir pessoas gritando, olhei pro telão e lá estavam eles... E sem cumprimentar, sem falar boa noite, sem nada, começou Tempo Perdido. E aí meus amigos, aí já era... Chorei, chorei mesmo, chorei não porque sempre choro quando ouço essa música, mas porque era aquilo, meu show dos sonhos (acho que só não ganharia de um show do Paul McCartney, que ainda não tive o prazer de ir). Renato Russo não estava lá e eu sabia, mas o Dado e o Bonfá estavam, o público estava e todo amor que eu tenho por aquelas músicas também. Era o que eu precisava e a partir daí amigos, a noite só melhorou.

(Dado, te amo, mas nunca mais estraga Geração Coca-Cola, por favor)

Aí entre as músicas, Wagner Moura conversava com o público, demonstrando uma presença de palco impressionante. Soube segurar a plateia, chorou junto com a gente e ainda fez uma dancinha tão bizarra quanto a do Renato Russo. Mas não era da presença de palco do Wagner Moura que eu ia falar (é tanto assunto rodando na minha cabeça o.o), eu ia contar que de repente ele falou que aquela era provavelmente a última vez que o Dado e Bonfá iam tocar juntos o repertório do Legião, foi aí que senti que tudo era mais mágico ainda. Eu não fui nos shows nos anos 80 (porque né, eu não era nem projeto naquela época) e Renato Russo morreu quando eu tinha 4 anos e nem sabia quem ele era, no entanto, eu estava lá, no último show da Legião Urbana (ou pelo menos parte dele), eu posso dizer que fiz parte. Tem como uma fã receber honra maior do que essa?


Eu não queria que acabasse nunca, mas acabou... Eles tocaram Será, cumprimentaram a plateia e... Colocaram os instrumentos de volta e encerraram a noite com Faroeste Caboclo!
Saí de lá com um buraco preenchido, depois de Patofu, Titãs, TM e o Tributo à Legião Urbana, minha 'wishlist' de show nacionais está completa. Quero agradecer à Fiat que me deu os ingressos, ao meu namorado que saiu da aula de terno para me acompanhar no show e o meu pai que me ensinou a gostar, a amar tudo isso. Esse foi o show da minha vida, e eu não poderia estar mais satisfeita do que estou agora :)

Fotos do show lindo para vocês tentarem sentir um pouco do que eu senti:



















17 de mai. de 2012

Oi?

Eu não estou feliz com algumas coisas. Eu queria minha casa, meu gato e uma caixa de chocolates agora, sem interrupções, sem perguntas, sem conselhos, sem nada.
Que sábado seja legal, porque eu preciso mesmo de novos ares, fazer coisas com outras pessoas, colocar a cabeça no lugar.
Porque toda mudança é tão difícil?

9 de mai. de 2012

Como o Tempo Passa!

Domingo é dia das mães, há dois anos, no dia das mães, eu falei pros meus pais que não gostava de letras, na terça-feira eu já estava de volta para casa.
Voltei para Marília no susto, quando eu vi tinha um caminhão na frente da kitnet e as minhas coisas estavam nele. Lembro de passar na unesp cancelar minha matrícula, cumprimentar algumas pessoas que perguntaram se eu iria na aula a noite e responder que sim (sei lá porque, acho que não queria ter aquela conversa com ninguém ;P), me despedir de alguns amigos (que, por sinal, eu sinto saudades ^^) e voltar para Marília. Acho que foi a técnica do band-aid que meu pai usou nesse dia, quanto mais rápido fosse, menos eu sentiria. Não foi o que aconteceu (mas essa história fica para outro dia, envolve tanta coisa e me dá muuuita preguiça de escrever).

Esse dia das mães vai ser bem diferente do de dois anos atrás. Primeiro porque eu vou para Marília, mas na segunda de manhã, eu volto para minha casa (que agora é São Paulo) e, quando meu pai perguntar como vai a faculdade, eu posso falar sobre como eu fui bem na prova de IEC e quero fazer habilitação em latim ou grego, não porque isso vai me dar mais chances de emprego (né), mas porque eu descobri que adoro a parte de clássicos *-* (o que é quase uma sina levando em conta que eu me chamo Ariadne Atena). E no sábado eu vou comer pizza com os amiguinhos do cursinho, porque de todas as coisas boas que 2011 me trouxe, as pessoas que eu conheci e me aproximei nele são as melhores.

Que 2012 continue vindo. Com mais de tudo que eu venho descobrindo que é bom, porque pela primeira vez eu me sinto capaz e merecedora, isso tudo é meu e ninguém tira de mim.

:)


Mãe, eu passei na usp e pode avisar todo mundo que eu não vou sair daqui tão cedo :D

24 de abr. de 2012

Fazer Amigos, Retrospectiva e Mais um Pouco Sobre Tudo

Fazer amigos. Eis a parte mais difícil de toda essa brincadeira.

Quando a gente é criança, amizade é uma coisa fácil. É só não jogar areia nos olhos de alguém e vocês automaticamente tornam-se aptos a brincar de roda juntos, a partir daí é só se comportar, não ser agressivo, oferecer suas bolachar (fodam-se os biscoitos) e pronto, você tem um amigo.

Aí a gente cresce e surgem todos os problemas estranhos da puberdade. As meninas descobrem que gostam de meninos e por sua vez não gostam de outras meninas porque elas gostam de menino também. A partir daí é uma confusão sem tamanho e fazer amizade é uma coisa bem mais complicada, entra em questão a afinidade, gostos em comum, confiança, compatibilidade de gênios...

Da 8ª série ao 3º colegial fiquei no mesmo colégio, o que fez com que eu mantivesse o mesmo grupo de amigos, éramos de certa forma unidos e todo aquele blá blá blá, quem já assistiu o filme 'Conta Comigo' sabe que em alguns momentos ele fala sobre 'os tempos que você nunca vai esquecer mas que nunca vão voltar' (ou algo desse gênero), era mais ou menos isso. Foi uma época boa e passou.

Aí em 2010 eu passei no vestibular na primeira vez, o choque foi grande mas consegui me virar, lembro de ir assistir filmes na república de um pessoal, de ter companhia para as festas que eu fui, gente para almoçar em casa e beber lá no fim de semana... Quem vê pensa que eu fiquei lá um ano, né? Ah não, isso tudo só em 3 meses, no máximo 4... Enfim.
Fazer amizades lá foi fácil, como o campus era pequeno, as pessoas de outros cursos misturavam-se com facilidade, todo mundo ia nas festas, a semana de recepção nos deu novos nomes (oi Kitty) e as atividades com outros calouros facilitaram a integração... Aí eu voltei.

Quando voltei, fui fazer cursinho no Compacto, lugar que odiei do primeiro ao último dia, tanto que não fui mais a aula depois da semana do saco cheio. Não quis fazer amigos lá e não me arrependo, foi um ano suficientemente complicado e não queria compartilhá-lo com ninguém, era um período de reclusão (entrecortado por momentos ótimos com o Chu e o Chala, assumo) e desamadurecimento, regredi muito comigo mesma em 2010 e foi bom, porque sem isso eu não sentiria todo fortalecimento que passei em 2011 e continuo passando em 2012.

2011 foi lindo. Minha reclusão foi voluntária, minha dedicação era dividida em 50% cursinho, 50% em namorado (que já estava aqui em São Paulo), o tempo que eu não estava conversando com o Eduardo (aquela fase de paixão de querer estar 24 horas juntos que todo mundo passa, bom, nós passamos a 450km de distância e eu não estava disposta a trocar 1 hora no msn com ele por 1 hora em um boteco ou na calçada de um bar) estava internada no cursinho (oi cursinho integral xD), ou na minha escrivaninha estudando (a louca aqui fazia 9 capítulos de química em um dia pra adiantar a matéria). Também me dediquei mais aos meus pais, com quem minha relação tinha se deteriorado depois de incidentes desagradáveis em 2010 e eu senti a necessidade de me reconciliar.
Felizmente, mesmo com tudo isso, pude me aproximar mais da Lídia, que além de ser a pessoa que mais comenta aqui, é também a pessoa que tenho mais próxima de mim no momento e fico muito feliz por isso, conversei muito com o Pedro também (que sofreu demais meu bullyng corretivo, coitado), os dois fizeram valer meu ano no Sagrado e tenho muito a agradecê-los por isso.

Aí chegou 2012. Todo esforço de 2011 valeu a pena. Ver meu nome na lista da usp, é uma sensação que eu não consigo descrever. Eu lembro de tremer. E de chorar. E de passar o dia todo pensando 'eu passei na USP'. Sim, o Eduardo influenciou minha escolha, não sei se estaria 100% certa de vir para São Paulo se ele não estivesse aqui, se não fosse por fim acabar com aquela distância que era tão ruim. Mas minha escolha teve também todos os outros fatores: a melhor universidade da América Latina, um curso tesão (porque no meio da minha confusão eu abandonei letras pela primeira vez, mas dizer que não tenho amor por isso é tanta loucura quanto foi ter cogitado fazer qualquer outro curso), uma cidade que me oferece todas as oportunidades do mundo, todas as pessoas, tudo... tudo acontece aqui e cada vez mais eu aprendo isso.

Me mudei, ansiosa, esperançosa, medrosa, receosa, carente, idiota, caipira (Deus, eu achava que não era, mas olha, deve ter gente aqui que acha que tem porteira na minha casa), criança demaaais...

Agora entra a parte complicada. Tenho 2 ou 3 meses de São Paulo, 2 ou 3 meses de USP (perdi a noção do tempo, juro) e meu melhor (e ás vezes parece que único) amigo aqui é o Eduardo. Percebi que eu desaprendi como se faz amizade. Sou uma pessoa tímida (em excesso) e meu traquejo social beira o nível 'se esconder em um buraco até o lugar ficar vazio', não sei até que ponto minha conversa incomodaria alguém novo ou que assuntos falar com uma pessoa desconhecida, também não sei quantas vezes ou por quanto tempo você pode falar com alguém, se eu não pareceria um cachorrinho indo atrás da pessoa... Cara, é muito difícil me aproximar das pessoas, eu realmente não sei como isso funciona.
Por sorte, a eamn me deixou de presente gente em quem confiar, pessoas com quem me refugiar, ir para o Copão há alguns dias me fez bem, ter meninas se arrumando aqui para festa de máscaras fez eu me sentir, bem, uma menina de novo... Depois teve o trabalho da Mariângela que me obriga a conversar com pessoas, o que me rendeu até uma ida a Livraria Cultura nesse domingo... E, por fim, o que tem se mostrado mais eficiente para conversar com as pessoas até o momento: Falar mal do Finbow. Todos se unem no seu ódio ao Finbow e, de repente, eu não me sinto mais sozinha quando estou na faculdade.

Eu estou só engatinhando nisso, mas juro que quero tentar. Percebo cada dia mais que ninguém é uma ilha, que a parte mais legal de passar por algo engraçado é poder contar para alguém, que a parte mais fácil de superar seus medos é compartilhá-los. Quando me privo de amigos estou me poupando de uma das maiores fontes de dor de cabeça do ser humano, mas também de uma das maiores fontes de prazer e não é isso que eu quero, parte do meu crescimento é me tornar mais sociável, menos fechada, mais aberta ao mundo exterior. Estou tentando, juro, mas as vezes ainda me pego perguntando: será que eu consigo? :)


Fizeram eu me sentir menina de novo :), obrigada.

19 de abr. de 2012

Tudo e Mais um Pouco

Primeiro: abandono, eu sei. Eu continuei escrevendo, mas daquela forma meio adolescente, de por na agenda e guardar pra mim, não por falta de vontade de compartilhar, mas mais por medo de falar tudo, falar sobre meus medos, minhas conquistas e todas essas coisas para seja lá quem estiver me lendo faz com que me sinta nua, exposta...

Segundo: pra que continuar, então? Eu me propus a fazer isso, lendo os comentários do post anterior eu vi que não sou a única a sentir esses medos, compartilhá-los pode me ajudar a enxergar que isso é perfeitamente normal, que isso só faz parte da aventura.

Terceiro: vamos lá?

São Paulo não é tão difícil quanto eu imaginei a princípio que seria, enquanto eu estou no meu 'miolo', na minha 'zona de segurança', me parece tão fácil de desvendar quanto Marília.

Assumo que minha 'primeira grande conquista' aqui foi ir sozinha ao supermercado sabendo onde ele era só de olhar pelo google maps, rs, era longe pra caramba e eu fiquei achando que tinha me perdido (isso porque era só pegar a consolação e andar em linha reta eternamente), aí eu vi pessoas andando com sacolas e me senti mais segura, quando vi já estava lá :) até comprei parmesão para comemorar.

E é tosco contar como achar um supermercado foi emocionante, eu sei, mas eu nunca tinha feito isso. Quando não eram meus pais que me pegavam pelas mãos e me levavam até onde eu precisava ir, era meu namorado, eram amigos, eram amigos dos meus pais, nunca eu. Por culpa minha, lógico, eu sempre procurei manter certa dependência dos outros, isso me isentaria de qualquer culpa caso algo desse errado e tornava minha vida muito mais confortável. Quando resolvi vir para São Paulo, as coisas mudaram. Apesar do Eduardo morar aqui, procuramos nos ver só aos fins de semana, então de quando ele vai embora até sexta a noite sou eu dando conta de mim mesma, sou eu tentando ser independente, sou eu fazendo essas coisas idiotas que eu considero grandes.

A liberdade é uma coisa complicada de lidar, confesso que ela é tão absurdamente grande que eu ainda não sei direito o que fazer com ela. Durante todos os anos de 'adolescência rebelde' nós reclamamos que não podemos fazer nada, que nada é permitido, que oh meu deus, que vida de merda, eu não posso ir a lugar nenhum. Bom, agora eu posso, mas eu ainda não sei direito o que fazer com isso. Eu tenho tantas possibilidades, tantas opções que eu fico girando em círculos com as mãos na cabeça, juro que estou tentando assimilar que não é assim que se faz as coisas, mas tem sido bem difícil.

Mas junto com tudo isso vieram as responsabilidades, que eu surpreendentemente assimilei melhor do que as outras coisas. A responsabilidade de pagar as contas, de dosar meu dinheiro, de ir ao mercado, de estudar, de manter a casa limpa (tá, nessa eu sou uma negação, assumo), etc, etc, etc. Eu achava que elas seriam a parte que eu mais estranharia de todo o processo, mas na verdade não. Tem sido a parte mais fácil de lidar, talvez por serem de certa forma 'ordens', consigo seguí-las com mais clareza do que as coisas que eu simplesmente posso fazer porque quero fazer.

Acho que todas essas coisas juntas são o que a gente chama de crescer. Se eu tivesse ficado em Marília, provavelmente estaria estagnada no que fui nos últimos anos e, honestamente, não vejo onde a Ariadne de 2010 que namorou um idiota ou que ficava parada que nem tonta na frente do Berlin era melhor do que a de agora. O cursinho, os vestibulares, os surtos, o namoro a distância, o ritmo de estudos, o medo e agora essa mudança, trabalharam juntos para que eu me tornasse uma pessoa um pouquinho melhor, que soubesse um pouco mais de coisas do que quem eu era antes, um pouco mais sensata talvez, mais crítica. Não adulta, falta muito para eu atingir isso (e nem quero ser adulta por agora, tem muita burrice jovem que eu ainda quero fazer :D), mas maior sim... Que nem a música do TM, sabe? 'Eu sinto que sei que sou um tanto bem maior...'

Agora fotos do que aconteceu em São Paulo durante todo esse período que eu não postei, porque nem só de estudos tem sido feita minha vida universitária :)


Primeira janta na minha casa :)


20 anos no primeiro dia de aula, sem bolo, só bolinhos :)

Exercendo todo meu direito de ser gordinha e branquela na praia


E é, nós estudamos na praia também ;P


Meu primeiro copão =D


Show do Titãs - Cabeça Dinossauro, vencendo medos da infância Like a Boss


x-colesterol, o melhor jantar de todos os tempos (e o menos saudável também)


Namorado fazendo comida (e muita bagunça) pra mim :)


Show do Roger Waters no Morumbi :D


Festa de Máscaras, primeiro grande porre da minha vida, Tequila nunca mais


E é isso, prometo melhorar minha frequência de posts (ou pelo menos tentar manter uma frequência de posts), mas por favor, se tem alguém aí, sinal de vida pra me fazer feliz, tá bom?

6 de mar. de 2012

Mais Um Pouco Sobre Medo

Essa é minha primeira noite sozinha e eu ainda não dormi. Tem uma luz acesa no banheiro, tem um ventilador ligado, tem um celular apertado nos meus dedos. É estranho. Me deu saudade de um gato pesando nos meus pés, de um barulho de televisão, de um ronco do outro lado do corredor ou do lado da cama. Sorte que é São Paulo e o barulho nunca acaba. É questão de adaptação, eu sei, logo mais eu durmo sozinha e sem sentir vontade de ligar para alguém. Mas hoje, agora, tudo que eu queria era um abraço.

(não mãe, não precisa correr pra cá ou eu nunca aprendo a dormir sozinha)

Assim que eu limpar o apartamento e deixar ele mais organizadinho coloco fotos aqui. Ah é! Tem alguém interessado nisso aqui? ;P

23 de fev. de 2012

Brincando de Casinha

Porque eu descobri, que a parte mais legal e que faz o medo ir embora mais fácil, é se animar com como vai ser o SEU espaço.


Primeiro: as camisetas que viraram almofadas :) como engordei, elas já não ficavam mais tão boas, mas eram xodós, a solução foi transformá-las em algo que ainda vai durar muito tempo (e que vai combinar muito bem com o meu sofá preto =D), agradeço imensamente o talento para costura da mamãe.


Esponjas felizes para banho: completamente divertidas e totalmente a prova de sujeira, tinha como ser mais parecido comigo?


Baldinho de praia... Tá, mentira, é um baldinho pequeno onde eu vou colocar temperos e deixar minha cozinha mais bonita.


Pote em formato de Gingerbread Man. Utilidade prática? Quase zero levando em conta que ele mal cabe no meu frigobar. Nível de alegria e sorrisos por ter um desses: infinito.


Caneca Abbey Road, presente do namorado parasita antes mesmo de eu pensar no lugar onde faria faculdade. Linda e combina com as almofadas, é muito amor.


Panelinha de brinquedo... Bom, ela parece de brinquedo e quando eu era criança ficaria louca por uma dessas, acontece que eu cresci e tenho um monte (de um monte de cores =D), todas elas serão devidamente preenchidas com tortinhas de frango para saciar a fome dessa que vos escreve.


Cestos, muitos cestos. Porque a falta de armários e espaços torna necessária uma solução criativa e que me agrade, em breve fotos do verdadeiro destino desses cestos.


Dona Benta, o livro de receitas mais legal do mundo. Na verdade ele não vai só porque eu gosto de cozinhar, tenho propósitos maiores pra ele que tem a ver com um desafio que quero me propor para esse ano, em breve falo sobre isso no blog.


Ketchup Heinz, não é porque vou morar sozinha que vou perder a dignidade.


Me mudo no sábado e no mais tardar quarta feira posto as fotos do apartamento devidamente montado e de todas essas coisinhas (e outras mais, ando a louca do 1,99) nos seus lugares. Aguardem.

17 de fev. de 2012

Medo

É aterrorizante entrar no meu quarto e perceber o desfalque de coisas que antes faziam parte de sua decoração habitual. É assustador olhar para minha gata e saber que vou passar mais de um mês sem receber mordidas nos pés, nas mãos e em qualquer lugar que ela possa me morder. Me dá medo escolher roupas que vão e roupas que ficam. Tenho agonia de tirar minhas toalhas do banheiro daqui para irem pro banheiro de lá. Me assusta saber que dormirei sozinha e ninguém vai afugentar os fantasmas caso eles apareçam. Sinto arrepios ao me imaginar tomando ônibus ou entrando sozinha no metrô de uma cidade com a qual nunca precisei lidar sozinha. É agonia ter que chamar de 'minha casa' um lugar que eu só vi por 10 minutos. É medo, só medo.

Passa?

13 de fev. de 2012

Antes:

Dizem que quanto mais se espera por algo, mais esse 'algo' demora a chegar, assumo que isso é BEM verdade.
Primeiro eu tive que esperar minha cabeça chegar a alguma conclusão relativa ao meu curso universitário, de preferência algo MUUUUITO diferente do curso que eu já havia largado, não aconteceu. Aí eu tive que esperar o vestibular chegar, espera pontuada por um ritmo de estudo ao qual eu não estava acostumada e um nível de stress um pouco maior do que o que eu considero saudável pra mim. Depois foi a espera pelo resultado que..


Pois é. Só faltava escolher a faculdade, o que foi mais fácil.
Escolhida a faculdade, faltava todo o resto. Apesar de já ter pintado fflch no meu braço e ter saído no semáforo pedir dinheiro, eu não era ainda uma aluna oficial da USP, eu era só uma 'quase' aluna.
Viajei para São Paulo dia 08/02/2012 procurar um teto e realizar a matrícula.
Confesso aqui, que até o dia 07, cogitei por mais de uma vez a hipótese de me matricular na UNESP, afinal, na mesma medida que São Paulo me fascina, também me apavora e a perspectiva de recomeçar minha vida sozinha lá, não era exatamente animadora.

Eu já morei sozinha. São José do Rio Preto foi a experiência mais apavorante de toda minha vida, não consigo me lembrar de nenhuma fase da minha vida na qual eu estive mais perto de surtar do que lá. Dormia com as luzes apagadas e acordava com elas acesas, o que me leva a crer que a ansiedade me deu alguma crise de sonambulismo, dormia três ou quatro horas por noite, estava com a resistência lá embaixo, odiava a faculdade... Não consigo lembrar de muitos pontos positivos ou animadores nessa experiência, então porque passar por isso de novo?

Nem eu sei. Só sei que depois de dois anos de cursinho, dúvidas, exaltações, brigas, crises, remédio, sessões de terapia, falta de sono, estudo, etc, etc, etc, fui tomada por uma necessidade de ter o meu espaço, de me ver longe e tomar as rédeas de situações que são incontroláveis onde estou agora, poder adequar isso ao fato de estudar na melhor faculdade do Estado, quiçá da América Latina, me faz pensar que se é para ter um recomeço, que se é para ter um choque, tem que ser lá.

Sendo assim, dia 09/02/2012, ainda sem um lugar para morar, munida de cópias de documentos, histórico escolar, certificado de conclusão do ensino médio e sem canetas, fui até a cidade universitária realizar minha matrícula. Aquele lugar é grande. Repito: Grande. É impossível andar por ali com ar blasé, a cara de tonta toma conta de mim quando eu olho pra tudo, aliás, tento olhar, porque não há espaço suficiente para ver tudo. Não é só o espaço, é a diversidade de pessoas também. Vi muitas sandalinhas da humildade (oi Lídia), mas também vi gente de camiseta pólo, gente com cara de otaku, gente fazendo matrícula de camisa e aliança na mão esquerda... É fantástico saber que terei acesso a todo esse universo de pessoas.
Ah é! Vale a pena lembrar que quando cheguei perto do local em que fazíamos a matrícula, estava tocando Angra dos Reis... É, foi nessa hora que eu soube que estava no lugar certo.


(Ariadne muito feliz no trote de Marília e mais feliz ainda ao ser atacada pelos veteranos no trote da USP)

Depois disso fiz pedágio, um quase tour pela usp, um veterano me explicou porque algumas pessoas tinham adesivos 'anti-coxinha', um outro veterano nos falou algumas coisas que me mostraram novamente que eu ia gostar dali e fui para casa.
Durante meu pedágio minha mãe (que até então estava procurando casa para mim) ligou avisando que tinha achado um lugar para eu morar. Perto de tudo que eu gosto em São Paulo, relativamente longe de tudo que ela e meu pai não gostam para mim em qualquer lugar.

Dia Seguinte, foi só conhecer e saber que eu ficaria muito feliz de morar por lá ao longo do ano. Agora volto ao que escrevi antes: Ansiedade.
Eu tenho uma casa, eu tenho uma faculdade, eu tenho disposição e eu estou muito ansiosa. Não sei se essa nova etapa será necessariamente melhor que a anterior, se eu não vou surtar de novo, se eu não terei um desempenho acadêmico medíocre, se eu vou aguentar o tranco de São Paulo, se vou sobreviver a mim mesma...
Mas estou ansiosa, verdadeiramente ansiosa.

E esse Blog é um registro de tudo que vem pela frente e de algumas coisas que ficaram para trás. Talvez um dia eu escreva porque resolvi voltar para letras (acho que o motivo de eu ter largado foi explicado aqui), ou como foi esse tempo de cursinho, ou como...
Não pretendo colocar contos aqui, talvez eu me transforme em personagem de vez em quando (quem leu Girl On Move sabe que eu faço isso com frequência), mas tudo que está aqui é o que eu quero lembrar mais para frente, é o que eu quero compartilhar com quem eu me importo.
É isso.
E para dividir ansiedade com vocês, fiquem com fotos do meu cubículo de 25m²:

A mini-cozinha com mini-geladeira e mini-balcão, reza a lenda que terá espaço para grandes feitos culinários sem palpite de mãe. Será?

O quarto que também é mini mas que tem espaço para uma cama de viúva (maior que a de solteiro e menor que a de casal) o namorado, parasita frequente na minha casa, agradece imensamente.

E o banheiro que, além de mini, não tem janela, mas tem um exaustor que é muito mais legal e tecnológico.

E é isso. Volto logo com mais fotos, crises de ansiedade, enfim...