13 de fev. de 2012

Antes:

Dizem que quanto mais se espera por algo, mais esse 'algo' demora a chegar, assumo que isso é BEM verdade.
Primeiro eu tive que esperar minha cabeça chegar a alguma conclusão relativa ao meu curso universitário, de preferência algo MUUUUITO diferente do curso que eu já havia largado, não aconteceu. Aí eu tive que esperar o vestibular chegar, espera pontuada por um ritmo de estudo ao qual eu não estava acostumada e um nível de stress um pouco maior do que o que eu considero saudável pra mim. Depois foi a espera pelo resultado que..


Pois é. Só faltava escolher a faculdade, o que foi mais fácil.
Escolhida a faculdade, faltava todo o resto. Apesar de já ter pintado fflch no meu braço e ter saído no semáforo pedir dinheiro, eu não era ainda uma aluna oficial da USP, eu era só uma 'quase' aluna.
Viajei para São Paulo dia 08/02/2012 procurar um teto e realizar a matrícula.
Confesso aqui, que até o dia 07, cogitei por mais de uma vez a hipótese de me matricular na UNESP, afinal, na mesma medida que São Paulo me fascina, também me apavora e a perspectiva de recomeçar minha vida sozinha lá, não era exatamente animadora.

Eu já morei sozinha. São José do Rio Preto foi a experiência mais apavorante de toda minha vida, não consigo me lembrar de nenhuma fase da minha vida na qual eu estive mais perto de surtar do que lá. Dormia com as luzes apagadas e acordava com elas acesas, o que me leva a crer que a ansiedade me deu alguma crise de sonambulismo, dormia três ou quatro horas por noite, estava com a resistência lá embaixo, odiava a faculdade... Não consigo lembrar de muitos pontos positivos ou animadores nessa experiência, então porque passar por isso de novo?

Nem eu sei. Só sei que depois de dois anos de cursinho, dúvidas, exaltações, brigas, crises, remédio, sessões de terapia, falta de sono, estudo, etc, etc, etc, fui tomada por uma necessidade de ter o meu espaço, de me ver longe e tomar as rédeas de situações que são incontroláveis onde estou agora, poder adequar isso ao fato de estudar na melhor faculdade do Estado, quiçá da América Latina, me faz pensar que se é para ter um recomeço, que se é para ter um choque, tem que ser lá.

Sendo assim, dia 09/02/2012, ainda sem um lugar para morar, munida de cópias de documentos, histórico escolar, certificado de conclusão do ensino médio e sem canetas, fui até a cidade universitária realizar minha matrícula. Aquele lugar é grande. Repito: Grande. É impossível andar por ali com ar blasé, a cara de tonta toma conta de mim quando eu olho pra tudo, aliás, tento olhar, porque não há espaço suficiente para ver tudo. Não é só o espaço, é a diversidade de pessoas também. Vi muitas sandalinhas da humildade (oi Lídia), mas também vi gente de camiseta pólo, gente com cara de otaku, gente fazendo matrícula de camisa e aliança na mão esquerda... É fantástico saber que terei acesso a todo esse universo de pessoas.
Ah é! Vale a pena lembrar que quando cheguei perto do local em que fazíamos a matrícula, estava tocando Angra dos Reis... É, foi nessa hora que eu soube que estava no lugar certo.


(Ariadne muito feliz no trote de Marília e mais feliz ainda ao ser atacada pelos veteranos no trote da USP)

Depois disso fiz pedágio, um quase tour pela usp, um veterano me explicou porque algumas pessoas tinham adesivos 'anti-coxinha', um outro veterano nos falou algumas coisas que me mostraram novamente que eu ia gostar dali e fui para casa.
Durante meu pedágio minha mãe (que até então estava procurando casa para mim) ligou avisando que tinha achado um lugar para eu morar. Perto de tudo que eu gosto em São Paulo, relativamente longe de tudo que ela e meu pai não gostam para mim em qualquer lugar.

Dia Seguinte, foi só conhecer e saber que eu ficaria muito feliz de morar por lá ao longo do ano. Agora volto ao que escrevi antes: Ansiedade.
Eu tenho uma casa, eu tenho uma faculdade, eu tenho disposição e eu estou muito ansiosa. Não sei se essa nova etapa será necessariamente melhor que a anterior, se eu não vou surtar de novo, se eu não terei um desempenho acadêmico medíocre, se eu vou aguentar o tranco de São Paulo, se vou sobreviver a mim mesma...
Mas estou ansiosa, verdadeiramente ansiosa.

E esse Blog é um registro de tudo que vem pela frente e de algumas coisas que ficaram para trás. Talvez um dia eu escreva porque resolvi voltar para letras (acho que o motivo de eu ter largado foi explicado aqui), ou como foi esse tempo de cursinho, ou como...
Não pretendo colocar contos aqui, talvez eu me transforme em personagem de vez em quando (quem leu Girl On Move sabe que eu faço isso com frequência), mas tudo que está aqui é o que eu quero lembrar mais para frente, é o que eu quero compartilhar com quem eu me importo.
É isso.
E para dividir ansiedade com vocês, fiquem com fotos do meu cubículo de 25m²:

A mini-cozinha com mini-geladeira e mini-balcão, reza a lenda que terá espaço para grandes feitos culinários sem palpite de mãe. Será?

O quarto que também é mini mas que tem espaço para uma cama de viúva (maior que a de solteiro e menor que a de casal) o namorado, parasita frequente na minha casa, agradece imensamente.

E o banheiro que, além de mini, não tem janela, mas tem um exaustor que é muito mais legal e tecnológico.

E é isso. Volto logo com mais fotos, crises de ansiedade, enfim...

Um comentário:

Lidia disse...

Eu te recomendei as sandálias da humildade..rsrsrsrrs ai,tô tão feliz por você!não vejo a hora de compartilharmos fotos dos nossos cubículos,de nos visitarmos nos cubículos rsrsrrs Vai dar tudo certo,dessa vez você está mais madura,o que não significa que vai ser um mar de rosas.Mas que sua escolha foi mais consciente e existe uma experiência anterior que pode te ajudar.E tem uma amiga bem inexperiente,mas muito disposta a te ajudar,ainda que seja só ouvindo e abraçando ;D